A CASACOR São Paulo está chegando ao fim, mas ainda há tempo de conferir os ambientes. Um dos destaques é o loft novaiorquino habitado por colecionadores de arte, representado pela Galeria Martins&Montero na CASACOR São Paulo. Neste espaço de 150m², Jaqueline Martins e Maria Montero buscam aproximar o público da produção artística contemporânea, destacando obras importantes. O espaço foi uma co-criação entre a dupla e a arquiteta e especialista em design de interiores Juliana Cascaes, que trouxe ao evento um ambiente acolhedor para as obras em exposição. As paredes, pilares, vigas e o forro foram preservados em seu formato original para honrar a memória do Conjunto Nacional, edifício que recebe a mostra.
Projeto: Juliana Cascaes | Espaço para a Galeria Martins&Montero | Foto: MCA Estúdio
No ambiente há obras como a da artista nipo-brasileira Lydia Okumura – uma instalação que oferece uma experiência visual única, que pode ser observada de diferentes ângulos -, trabalhos de Michel Zózimo e obras do projeto LABINAC, criado pelos artistas Jimmie Durham e Maria Thereza Alves, em que os esculturas utilitárias são inseridas na decoração, numa intersecção entre o pensar artístico e o design.
“A arte é um elemento superimportante para a construção intelectual e emocional das pessoas e o ambiente doméstico é, sem dúvida, um espaço que possibilita essa convivência diária com diferentes pensares artísticos. Levar esse conceito para um espaço como a CASACOR, criado especialmente para propor diferentes maneiras de morar, é algo que nos interessa, assim como ampliar o público e aproximá-lo da produção artística contemporânea”, comenta Jaqueline Martins.
Projeto: Juliana Cascaes | Obra de arte no espaço para a Galeria Martins&Montero | Foto: MCA Estúdio
André Secchin, CEO da CASACOR, explica que a presença da Martins&Montero está conectada com o atual momento do mercado. “Feiras como Arpa e SP-Arte estão apostando forte em trazer o design utilirário para dentro de suas exposições. A FOG em São Francisco tem feito parcerias com galerias de arte. Nesse sentido, pensar o acervo de uma galeria para um ambiente na CASACOR é um formato inédito e talvez o mais completo desse movimento que acontece em outros lugares”.
A construção do espaço
A Galeria Martins&Montero combina elementos industriais, clássicos e contemporâneos, todos com propósito artístico. Entre as peças de mobiliário escolhidas está um sofá da década de 1980, uma mesa lateral com pés em PVC, ferro e tampo de mármore que traz ludicidade, junto ao banco de Ipê roxo e as cadeiras de palhinha antigas. As colunas de tijolo inglês, feitas de cimento sustentável na cor terracota, remetem às antigas colunas gregas reinterpretadas. A estética do ambiente traz ainda uma porta de latão amassado e cadeiras clássicas de Maria Tereza Alves com estofado azul.
Projeto: Juliana Cascaes | Espaço para a Galeria Martins&Montero | Foto: MCA Estúdio
Outro destaque é o piso de madeira de demolição, desenvolvido exclusivamente para o ambiente e confeccionado a partir da queima da madeira, técnica japonesa denominada Shou Sugi Ban, que aumenta a resistência do material e permite totalmente o reaproveitamento do piso após a mostra. A iluminação foi pensada para realçar as cores das obras de arte e do piso.
“Com este espaço na CASACOR, evidenciamos que a nossa morada é um lugar para se viver experiências diárias com estímulos que façam sentido para a vida. É um jeito de transformar a casa em um ambiente único, pessoal e intransferível e nada melhor do que arte para propor essas experiências”, Maria Montero completa.
Além de poder ser experienciada como ambiente, as peças em exibição podem ser adquiridas pelos visitantes até o dia 28 de julho, data de encerramento da mostra paulistana, que traz uma configuração totalmente nova, que permite conhecer ainda mais de perto e desfrutar de bons momentos com vista privilegiada para a arquitetura do icônico edifício modernista, assinado pelo arquiteto David Libeskind (1928-2014).
Com o tema De Presente, O Agora, a CASACOR São Paulo 2024 ocupa um espaço de 9.000m² de área construída especialmente para a mostra, no Conjunto Nacional. O circuito completo tem 5 áreas dedicadas a exposições e instalações artísticas e 70 ambientes entre 8 estúdios e lofts, 16 casas, 7 jardins, 6 operações de restaurante, bar e café, 5 banheiros unissex com espaço família, 4 lojas e operações comerciais, além de quartos, lavabos, salas de leitura, home office, home cinema, lavanderia, cozinhas, livings e até um espaço de coworking totalmente funcional.
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